Uma geração de escritores
"Faço parte de uma geração de escritores. De alguma forma, isso vem no DNA da gente. Acredito piamente. Ainda carrego comigo um caderno com poesias e receitas que minha bisavó Cecy escrevia para mim. Um primor! Herdei dela o amor pelos poemas e pelo Parnasianismo. Lembro-me das tardes que passava no casarão da Rua Piauí, onde decorava os meus textos prediletos, para em cima de um banquinho, declamar às visitas e aos amigos nos saraus, minha paixão pela literatura.
Minha primeira reportagem foi aos 10 anos de idade. Fui ao Hospital da Baleia conhecer as crianças que sofriam de algumas doenças, mas não voltei assustada. Ao meu lado, uma grande profissional, a jornalista Ana Maria Bandeira de Mello, minha tia, que me instruiu com o olhar de uma grande repórter a retratar de uma forma humana e real o que eu vi. Uma emoção só...
Alguns anos se passaram e eu vi mais um familiar se projetar nas letras. Meu primo, médico, psiquiatra e geriatra lançava seus primeiros livros. Encanta seus leitores em uma coluna diária em um jornal da capital. Quem nunca leu uma crônica de Eduardo Aquino? Sua irmã Cecília também se tornou uma grande profissional de marketing em Brasília. Uma mulher do mundo. Poderosa! Também não posso esquecer de Guilherme Aquino, grande advogado e orador oficial da família. Todos filhos da mesma Ana Maria que me mostrou o mundo das letras e dos livros. Deixo aqui meu agradecimento a ela, que partiu tão precocemente, mas nunca saiu de meu coração.
De lá para cá, muitas experiências foram agregando a minha vida como jornalista e poetisa. Aos 14 anos, já havia me decidido. Queria escrever! Muitas foram as alegrias que a escrita me deu. A participação em alguns festivais e a gratidão em receber honrarias pelo único e simples gesto de escrever. O sonho realizado de escrever livros. Sempre disse a vocês que eu escrevo com a alma. E quem conhece meus textos, já desvendou meus segredos..."
Por: Luciana Aquino-jornalista e escritora
Direito autoral - 06/07/2012